11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O terceiro autor que contribuiu substancialmente na<br />

elaboração da teoria normativa foi Berthold<br />

Freu<strong>de</strong>nthal, para quem a exigibilida<strong>de</strong> da conduta era<br />

o elemento diferencial necessário entre culpabilida<strong>de</strong> e<br />

inculpabilida<strong>de</strong>. Assim, para Freu<strong>de</strong>nthal, culpabilida<strong>de</strong><br />

é “a <strong>de</strong>saprovação do comportamento do autor, quando<br />

podia e <strong>de</strong>via comportar-se <strong>de</strong> forma diferente” 28 . Em<br />

sentido semelhante, questionando o significado <strong>de</strong><br />

“censurável”, e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a necessida<strong>de</strong> da<br />

“exigibilida<strong>de</strong>”, mais recentemente, manifesta-se<br />

Figueiredo Dias, in verbis: “Mas o que é censurável?<br />

Um acto no seu puro conteúdo externo-objectivo ou<br />

também na sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalor jurídico? Uma<br />

certa conformação da vonta<strong>de</strong> do seu autor? A<br />

perigosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le? Uma certa condução ou <strong>de</strong>cisão da<br />

sua vida, uma <strong>de</strong>feituosa preparação ou formação <strong>de</strong><br />

sua personalida<strong>de</strong>? Um certo carácter ou uma certa<br />

personalida<strong>de</strong> que no facto se exprimiu? E <strong>de</strong>pois: o que<br />

é censurabilida<strong>de</strong>? O actuar-se contra o <strong>de</strong>ver no<br />

pressuposto do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> agir <strong>de</strong> outra maneira? Ou<br />

simplesmente um certo sentido objectivo do <strong>de</strong>svalor<br />

jurídico? Eis só algumas das perguntas que <strong>de</strong> forma<br />

mais próxima condicionam a relevância ou irrelevância<br />

da consciência da ilicitu<strong>de</strong> como problema <strong>de</strong> culpa e às<br />

quais se não po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r com o simples apelo a<br />

uma concepção da culpa como pura normativida<strong>de</strong> ou

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!