11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

agressor), enquanto no crime culposo o resultado<br />

nunca é querido, <strong>de</strong>correndo <strong>de</strong> mera imprevisão <strong>de</strong> sua<br />

superveniência (culpa inconsciente) ou <strong>de</strong> sua<br />

inevitabilida<strong>de</strong> (culpa consciente)”.<br />

A escusabilida<strong>de</strong> ou inescusabilida<strong>de</strong> do erro sobre<br />

pressuposto objetivo da causa <strong>de</strong> justificação não afeta<br />

a natureza do crime. O “erro culposo” podia ter sido<br />

evitado, mas o crime permanece íntegro na sua natureza<br />

dolosa: se foi doloso, não se altera em absoluto.<br />

Somente se diminui a pena. Gallas 56 já se indignava<br />

com a confusão que se fazia em relação ao erro<br />

inci<strong>de</strong>nte nas causas <strong>de</strong> justificação, e, sustentando<br />

tratar-se <strong>de</strong> crime doloso (com a presença dos<br />

requisitos objetivos e subjetivos), afirmava: “Quem<br />

mata uma pessoa, crendo erroneamente que seria<br />

agredido injustamente por ela, sabe que mata, mas<br />

acredita que na situação representada isso fosse lícito”.<br />

Nas hipóteses <strong>de</strong> erro culposo não se está criando<br />

nenhuma culpa, própria ou imprópria, mas se está<br />

simplesmente, como afirma Jescheck 57 , adotando uma<br />

cominação penal do tipo impru<strong>de</strong>nte. Muito<br />

esclarecedora, nesse sentido, é a lição <strong>de</strong> Alci<strong>de</strong>s<br />

Munhoz Netto 58 : “A própria lei reconhece esta<br />

diferença, pois se o erro vencível configurasse culpa<br />

em sentido estrito, não haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!