11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

efeito, na relação <strong>de</strong> direito público, dificilmente algum<br />

subalterno corre o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o emprego por<br />

<strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cer or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> seu superior hierárquico,<br />

po<strong>de</strong>ndo, no máximo, respon<strong>de</strong>r a uma sindicância,<br />

cujas sanções estão legal e taxativamente previstas e,<br />

<strong>de</strong>ntre as quais, para essa infração disciplinar, não está<br />

cominada a <strong>de</strong>missão do serviço público. No entanto,<br />

na relação empregatícia da iniciativa privada a<br />

consequência é, naturalmente, mais drástica e imediata:<br />

a simples <strong>de</strong>sobediência po<strong>de</strong> ter como consequência a<br />

<strong>de</strong>missão imediata, sem justa causa; justificando-se,<br />

consequentemente, o maior temor à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> superior<br />

na iniciativa privada, pois, como se sabe, ao contrário<br />

do que ocorre no setor público, o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão ou<br />

perda <strong>de</strong> emprego, inegavelmente, é fator inibidor <strong>de</strong><br />

qualquer cidadão. Na realida<strong>de</strong>, aquele entendimento<br />

tradicional ficou completamente superado a partir da<br />

re<strong>de</strong>mocratização do País, com uma nova or<strong>de</strong>m<br />

constitucional, que consagra a responsabilida<strong>de</strong> penal<br />

subjetiva e individual, sob o marco <strong>de</strong> um direito penal<br />

da culpabilida<strong>de</strong>. Não se po<strong>de</strong> esquecer, por outro<br />

lado, que o vetusto Código <strong>Penal</strong> <strong>de</strong> 1940, produto do<br />

Estado Novo (1937 a 1945), apenas presumia a<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, como <strong>de</strong>ixava claro em sua<br />

Exposição <strong>de</strong> Motivos: “Ao direito penal... não<br />

interessa a questão, que transcen<strong>de</strong> à experiência

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!