05.04.2015 Views

CPC_06_02

CPC_06_02

CPC_06_02

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Manoel Caetano Ferreira Filho<br />

516<br />

Artigo 315<br />

põe. No caso da rescisória a reconvenção só pode ser outra ação rescisória e,<br />

assim, não há questão de incompatibilidade de procedimentos.<br />

VII. Conexão entre ação e reconvenção.<br />

A exigência de conexão entre as causas (principal e reconvencional) merece<br />

algum esclarecimento quanto ao seu sentido e alcance. Para a satisfação desse<br />

pressuposto específico, não é necessário existir identidade entre as causas<br />

de pedir. A conexão, aqui, deve ser entendida de forma menos rígida do que<br />

aquela estabelecida no art. 103 do <strong>CPC</strong>, bastando que a reconvenção esteja<br />

fundada nos mesmos fatos que integram a causa de pedir da ação originária.<br />

Esta foi a solução encontrada pelo legislador quando, pela Lei 9.245/95, deu a<br />

atual redação ao § 2º, do art. 278, do <strong>CPC</strong>, permitindo ao réu, no procedimento<br />

sumário, “na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos<br />

mesmos fatos referidos na inicial”. Aliás, parece ilógico, se não impossível, que o<br />

réu possa formular pedido contra o autor com fundamento na mesma causa de<br />

pedir da ação que este lhe moveu.<br />

VIII. Conexão entre a reconvenção e o fundamento da defesa.<br />

Conexão é fenômeno que pode existir sempre entre duas ações (<strong>CPC</strong>, art. 103).<br />

Logo, é necessário que se encontre um sentido para a possibilidade de conexão<br />

entre a reconvenção e o fundamento da defesa, apresentada pelo próprio reconvinte.<br />

A solução parece ser a seguinte: cabe reconvenção sempre que esteja<br />

fundada nos mesmos fatos ou na mesma relação jurídica invocada pelo réu na<br />

contestação, como no seguinte exemplo: na ação o autor cobra o preço da coisa<br />

que vendeu ao réu; este, na contestação, afirma ser credor do autor em razão de<br />

dinheiro que lhe emprestou e pede a compensação. Se o crédito que o réu alega<br />

ter em relação ao autor for superior ao valor que este cobra daquele, haverá<br />

saldo favorável ao réu. O réu pode reconvir, pedindo a condenação do autor a<br />

lhe pagar a diferença. Veja-se que a reconvenção não tem o mesmo pedido nem<br />

a mesma causa de pedir da ação. Logo, pelo conceito do art. 103, do <strong>CPC</strong>, não<br />

são conexas. Contudo, a reconvenção está fundada na mesma relação jurídica<br />

posta na contestação. A este fenômeno é que se refere o parágrafo único do art.<br />

315, do <strong>CPC</strong>. O objetivo e a utilidade do instituto da reconvenção, que é a economia<br />

processual, são plenamente alcançados, pois no mesmo processo serão<br />

julgados os dois litígios e, se o réu tiver razão, obterá título executivo contra o<br />

autor relativamente ao sobejo do seu crédito.<br />

IX. Legitimidade.<br />

Quando o autor reconvindo não demanda em nome próprio, mas na qualidade<br />

de substituto processual, o réu não, pela via reconvencional, propor ação contra<br />

ele. É este o sentido do parágrafo único. Por exemplo, se determinada associação<br />

propõe ação em defesa dos direitos de seus membros, o réu não pode<br />

reconvir para pleitear direito que afirma ter contra a autora.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!