05.04.2015 Views

CPC_06_02

CPC_06_02

CPC_06_02

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Eduardo Talamini e<br />

Felipe Scripes Wladeck<br />

825<br />

Artigo 469<br />

DE NÃO TER CONSTADO EXPRESSAMENTE NO DISPOSITIVO DO ARESTO QUE<br />

HOUVE INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. DECISÃO CONSTANTE DA<br />

FUNDAMENTAÇÃO, O NECESSÁRIO PARA NÃO SE CONFUNDIR COM MEROS<br />

„MOTIVOS“ DO ART. 469, I, DO <strong>CPC</strong>. EXCESSO DE FORMALISMO. DESPROVI-<br />

MENTO RECURSAL. Consoante entendimento jurisprudencial, „é exato dizer que<br />

a coisa julgada se restringe à parte dispositiva da sentença; a essa expressão,<br />

todavia, deve dar-se um sentido substancial e não formalista, de modo que<br />

abranja não só a parte final da sentença, como também qualquer outro ponto<br />

em que tenha o juiz eventualmente provido sobre os pedidos das partes“ (RT<br />

623/125)<br />

(TJPR, ED em AC 284<strong>06</strong>1-7/01, 7ªCC, Rel. Des. JOSÉ MAURÍCIO PINTIO DE AL-<br />

MEIDA, DJ 19.05.20<strong>06</strong>, p. 241/243).<br />

Relevância da motivação para a compreensão do dispositivo<br />

1. O dispositivo da sentença, comando atingido pela eficácia preclusiva da coisa<br />

julgada, deve ser interpretado de forma lógica, de acordo com as premissas<br />

que lhe conferem alicerce. Assim, o art. 469 do <strong>CPC</strong>, ao estabelecer as partes<br />

da sentença não abarcadas pela res judicata, pretendeu retirar a imutabilidade<br />

das questões que compõem os fundamentos jurídicos aduzidos pelo autor,<br />

enfrentados pelo réu e decididos pelo juiz. Porém, não retira os efeitos da coisa<br />

julgada das premissas essenciais à matriz lógica da decisão, mediante a qual<br />

se alcançou o comando normativo contido no dispositivo da sentença. 2. Há um<br />

eixo lógico que une a causa de pedir à fundamentação da decisão, e o pedido<br />

ao dispositivo. Evidentemente, recorre-se à inicial quando a própria sentença<br />

não traz em seu bojo os termos em que o pedido foi acolhido, ou seja, quando<br />

o dispositivo é do tipo “indireto”, simplesmente acolhendo o pedido do autor<br />

(STJ, REsp 846.954/MG, 4ª T., Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe 09.<strong>02</strong>.2012).<br />

Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial,<br />

se a parte o requerer (arts. 5º e 325), o juiz for competente em<br />

razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento<br />

da lide.<br />

I. Ausência de exceção ao art. 469<br />

AUTOR<br />

Eduardo Talamini e Felipe Scripes Wladeck<br />

O art. 470 não excetua a regra de que a motivação não faz coisa julgada. Havendo<br />

ajuizamento de ação declaratória incidental (de que tratam os arts. 5º e 325)<br />

tendo por objeto a questão prejudicial, haverá um comando sentencial sobre a<br />

questão prejudicial. Ele deixará se ser apenas examinada incidentalmente na<br />

fundamentação para ser enfrentada em caráter principal, tornando-se objeto de<br />

decisum na sentença.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!