05.04.2015 Views

CPC_06_02

CPC_06_02

CPC_06_02

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Eduardo Talamini e<br />

Felipe Scripes Wladeck<br />

817<br />

Artigo 467<br />

stinção é importante para fins práticos, especialmente em relação aos limites<br />

subjetivos da coisa julgada (v. o art. 472).<br />

V. Possibilidade de modificação dos efeitos da sentença pelas partes<br />

A coisa julgada não imutabiliza os efeitos da sentença, mas apenas o comando<br />

sentencial de que eles provêm. Se a relação jurídico-material for disponível, as<br />

partes, mesmo depois do trânsito em julgado, podem desconsiderar, modificar<br />

ou extinguir os efeitos da sentença (o beneficiário da condenação pode perdoar<br />

a dívida; o réu vencedor da investigação de paternidade pode reconhecer o autor<br />

como seu filho; as partes do contrato resolvido por inadimplemento podem<br />

pactuar mantê-lo...). O que não se admite é que o Poder Judiciário emita nova<br />

sentença, entre as mesmas partes e sobre o mesmo objeto.<br />

VI. Relativização da coisa julgada<br />

Usa-se o termo para designar a impugnação e desconstituição da coisa julgada<br />

em hipóteses e por vias alheias àquelas autorizadas em lei (por exemplo,<br />

nos arts. 485, 475-L, § 1º, e 741, parágrafo único). Ainda que a coisa julgada<br />

seja garantia constitucional, por vezes a sentença veicula grave violação à Constituição<br />

– estabelecendo-se um conflito entre princípios constitucionais. Mas<br />

nem mesmo isso autoriza a pura e simples desconsideração da “coisa julgada<br />

inconstitucional”. Será imprescindível a ponderação dos valores jurídicos concretamente<br />

envolvidos no caso concreto: o princípio que prevalecer sacrificará<br />

o outro apenas na medida estritamente necessária para a consecução das suas<br />

finalidades.<br />

Súmula nº 304 do STF: Decisão denegatória de mandado de segurança, não<br />

fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.<br />

JULGADOS<br />

Coisa julgada é garantia constitucional<br />

Coisa julgada. Garantia constitucional. A garantia constitucional da coisa julgada<br />

dirigida a lei, que não poderá prejudicá-la, estende-se a coisa julgada processual,<br />

visto que “a sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força<br />

de lei nos limites da lide e das questões decididas” (art. 468 do <strong>CPC</strong>). Cabe,<br />

pois, recurso extraordinário pela letra a, com fundamento em contrariedade ao<br />

art. 153, § 3º, da Constituição da República, quando se funda na alegação de<br />

que o acórdão recorrido ofendeu a coisa julgada<br />

(STF, RE 91.825/PR, 2ª T., Rel. Min. SOARES MUÑOZ, DJ 26.09.1980, p. 7.427).<br />

Coisa julgada: a ofensa ocorre no caso de ocorrer erro conspícuo quanto ao<br />

conteúdo e à autoridade, em tese, da coisa julgada. Se o reconhecimento da<br />

ofensa ao art. 5º, XXXV, CF, depender do exame in concreto, dos limites da coisa<br />

julgada, não se tem questão constitucional que autorizaria a admissão do recur-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!