05.04.2015 Views

CPC_06_02

CPC_06_02

CPC_06_02

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Eduardo Talamini e<br />

Felipe Scripes Wladeck<br />

8<strong>06</strong><br />

Artigo 466<br />

Art. 466. A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação,<br />

consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo<br />

de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na<br />

forma prescrita na Lei de Registros Públicos.<br />

Parágrafo único. A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:<br />

I – embora a condenação seja genérica;<br />

II – pendente arresto de bens do devedor;<br />

III – ainda quando o credor possa promover a execução provisória da<br />

sentença.<br />

AUTOR<br />

Eduardo Talamini e Felipe Scripes Wladeck<br />

I. Hipoteca judiciária como efeito anexo<br />

A hipoteca judiciária consiste em efeito anexo da sentença condenatória ao pagamento<br />

de quantia ou entrega de coisa, i.e., um efeito que a própria lei lhe<br />

“adiciona” – e que, portanto, independe de pedido da parte e (ou) de pronunciamento<br />

do juiz para se produzir. Trata-se de simples decorrência do fato de tal<br />

sentença condenatória existir.<br />

II. Preferência estabelecida pela hipoteca judiciária<br />

A hipoteca judiciária consiste em instrumento destinado a assegurar a efetividade<br />

de futura e eventual execução da sentença condenatória. Por meio dela,<br />

gravam-se bens da parte condenada que estejam sujeitos a hipoteca (C. Civ.,<br />

art. 1.473), afetando-os de modo a que possam ser penhorados e expropriados<br />

em futura execução da sentença. A hipoteca judiciária faz surgir um direito de<br />

preferência (a partir do momento da sua inscrição nos registros competentes) ao<br />

seu beneficiário perante outros possíveis credores da parte condenada – exceto<br />

perante credores que tenham penhoras ou garantias anteriores sobre o mesmo<br />

bem. Aplicam-se, por analogia, os art. 612 do <strong>CPC</strong> e art. 1.422 do C. Civ.<br />

III. Presunção absoluta estabelecida pela hipoteca<br />

A inscrição da hipoteca judiciária também gera a presunção absoluta de conhecimento,<br />

por parte de quem venha a adquirir ou receber o bem gravado, da pendência<br />

de processo judicial envolvendo o devedor – com o que fica preenchido<br />

requisito indispensável para a caracterização de fraude, conforme a Súmula 375<br />

do STJ.<br />

IV. Beneficiários da hipoteca judiciária<br />

Não só o autor, como indica o dispositivo, como também o réu vitorioso (v.g.,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!